quinta-feira, 29 de novembro de 2012


Belle Epoque: A bela época.


Período que se estendeu de 1890 até a 1ª Guerra Mundial, a Belle Epoque surgiu na França e foi designada como uma era de prosperidade cultural e período de ouro da beleza.

              Enquanto isso, em 1901, na Inglaterra, Edward VII, filho da Rainha Victoria, se tornava rei e nascia a Era Eduardiana. Embora acontecessem em países diferentes, a moda de ambos era muito semelhante.


              Os avanços industriais facilitavam a vida cotidiana. Surgiu o carro a motor, o cinema, o avião, o telefonema, a bicicleta e outras coisas que completavam a indústria do divertimento.


               A beleza era o que importava. As formas curvas e inspirações na natureza do Art Noveau se transferiram para moda. Delicadeza, romantismo e fluidez dominavam as ruas.





• Delicadeza: cores claras, rendas, bordados.

• Saias em formato de sino.

• Espartilhos: silhueta formato ampulheta.

• Golas altas de dia; decotes profundos à noite.

• Botas de cano médio.

• Chapéus altos e muito enfeitados.

• Alta-Costura.

• Surgimento do tailleur. 






Os espartilhos eram tão apertados, que, além de projetar o busto pra cima e forçar o corpo a ficar ereto, algumas vezes deixavam as cinturas das mulheres medindo apenas 40 cm de circunferência.







A prática de exercícios físicos se tornou comum, e, para isso, foram criadas roupas mais leves, apropriadas para tal.


Com os tempos de guerra se aproximando, no final da Belle Epoque esse luxo já não era tão evidente. As mulheres começaram a trabalhar, e tiveram que abandonar os espartilhos e todo tipo de luxo que atrapalhasse seus rendimentos nas fábricas. As roupas ficaram mais leves e lisas, os chapéus menores, os cabelos eram curtos. A última Era da Elegância havia chegado ao fim.



  • A silhueta da Belle Epoque na Vogue Italiana-Setembro, 2012. 








Era Vitoriana (1837 – 1901)



Após os tempos de leveza e delicadeza do período imperial, os exageros e excessos tomaram conta das ruas novamente. A moda foi imediatamente influenciada pela rainha Vitória, monarca da Inglaterra nesse período. Todas as mulheres queriam ser como ela.

As mulheres eram extremamente recatadas e com aparência vulnerável, pura e sensível. Pele muito branca e boca pequena completava o ideal de beleza feminino do período.

Características do vestuário:

  • Espartilhos super apertados.

  • Ombros caídos.

  • Mangas justas até o pulso.

  • Vestidos cobriam até os pés.

  • Saias volumosas e com babados.




Rainha Vitória



Gorros que tapavam parte do pescoço, permitindo que as mulheres olhassem apenas para frente.



A crinolina, armação feita de crina de cavalo, linho ou algodão e aço, foi criada devido ao peso excessivo das anáguas, em função de substituí-las.


A partir de 1861, a moda sofre algumas mudanças, devido à morte do príncipe Albert. A Rainha Vitória vestiu luto até o fim de sua vida, o que contribuiu para que as cores escuras, inclusive o preto, se tronassem mais aceitas para as mulheres, que começaram a imitar.




As saias ficaram assimétricas, ficando retas na parte da frente e volumosas na parte de trás e, mais adiante apareceriam em formato de sino. Os espartilhos ficaram mais alongados e menos apertados, à medida que as mulheres foram ficando mais ativas na sociedade. As mulheres buscavam um pouco mais pelo conforto, mesmo a moda sendo ainda exagerada.


  • Abaixo, o trailer do filme A Jovem Rainha Vitória, de 2009, e uma parte do documentário feito, que fala sobre a morte da rainha, em 1901.








Estilo Império


          A Moda Império ou Neoclássica teve como inspiração a Grécia Antiga e seu início foi  a partir da Revolução Francesa, tendo seu ápice no período de poder de Napoleão Bonaparte em 1804.

       As roupas femininas ficaram populares por suas linhas retas, sóbrias e clássicas. Os vestidos dessa época lembram uma de camisola comprida, leve, com a cintura bem alta, marcada logo abaixo do busto.

        Pequenas mangas bufantes faziam parte do estilo, com o também o típico e essencial xale de caxemira.

         O corset era usado, mas sem apertar, apenas para deixar a mulheres um pouco mais magras.









Trabalho referente ao Estilo Império.

  • Roupas de tecidos mais claros e o bonnets (chapéu com abas largas nas laterais, cobrindo as orelhas), eram sinônimos de status social.


  • Cabelo ventania, presos, mas ao mesmo tempo todo bagunçado;


  • Vestido camisola com decote acentuado;


  • Uso de luvas longas, leques e sapatos sem salto;


  • Rufos também eram usados, porém, bem mais discretos.












        Na moda masculina, não ocorrem grandes mudanças além do conforto. Vestuário simples. Calças mais compridas e um fraque mais curto era utilizado na cintura. O colete era acompanhado de um casaco e um sobretudo.

           Os colarinhos altos e os lenços usados no pescoço ficaram volumosos.

       Formalmente usavam uma cartola, um fraque em tecido liso com lapelas e um colete curto, calções com bolso faca e botas de montaria. 

          Á noite usavam escarpin, calções até o joelho e meias de seda.










  • Vale lembrar que as crianças continuavam se vestindo como adultos, porém de uma maneira mais confortável.





  • João Pimenta, Verão 2011-SPFW.

Teve como inspiração a chegada da Família Real portuguesa ao Brasil Império, abertura dos portos para tecidos franceses e ingleses e início das copias europeias, com uma mistura de império, dândis e surfe.



  • Abaixo, segue a primeira parte do filme: "Napoleão I" de 2002.





Rococó: o exagero do exagero.


No século XVIII, o Rococó teve seu início na França, e viveu seu apogeu entre 1730 a 1789, aproximadamente. Assim como as outras eras, a moda seguia os padrões de representações artísticas, como a arquitetura e as obras de grandes pintores. Após o Barroco, que muito abordou uma temática religiosa, o Rococó permitiu uma maior libertação artística, girando em torno da natureza e no luxo da vida francesa, usando muita leveza e suavidade.




A grande figura inspiradora para a moda foi Maria Antonieta, que se casou com Luis XVI. As roupas mantiveram os excessos decorrentes do Barroco, porém apresentavam cores mais suaves e delicadas. Muitos detalhes, muito babados, bordados, rendas, amarrações etc. Tudo muito excessivo, mas ainda assim delicado e harmonioso. Festas, luxo, abundância de comidas e bebidas traduzem bem o estilo de vida da corte francesa neste período.





Muito usado nesta época, o detalhe das costas exibia um plissado que começava do decote e se estendia até a barra do vestido. As saias possuíam uma armação apenas nas laterais, evidenciando os quadris.




A partir de 1770, os cabelos começaram a apresentar penteados altíssimos. Tão altos, que muitas vezes era possível adorná-los com representações de frutas, flores, animais e até barcos. Os chapéus eram os mais altos e enfeitados possível, mas só os mais abastados podiam utilizar-los. O uso de perucas foi muito comum, tanto para homens quanto para mulheres, e até mesmo para crianças. 
Toda essa elegância não permitia que as mulheres fizessem grandes movimentos, o que sugere que o estilo de vida das damas daquela época era bastante cômodo e parado.





Principais características na moda:

• Tons pastéis.

• Manga até o cotovelo.

• Decote profundo.

• Espartilho muito apertado, elevando o busto.

• Sapatos de salto, tanto para mulheres quanto para homens.


Toda essa extravagância e luxo acabaram por agravar a crise financeira que a França vivia naquele momento. Foi então que, influenciados também pelas ideias iluministas, as classes mais baixas se uniram para acabar com toda aquela ostentação, e em 1789 houve a Revolução Francesa. A vitória dos burgueses e a construção de uma nova civilização mudaram a história e a moda.


Abaixo, um documentário sobre a Revolução Francesa, onde podemos ver bem os detalhes da arquitetura e da indumentária da época.






         BARROCO: “Pérola Irregular”


          O Barroco surgiu na Itália e corresponde à segunda parte da Era Clássica, tendo seu apogeu no século XVII, que foi marcado pelos reflexos das crises religiosas ocorridas no século anterior (Reforma Protestante e Contra-Reforma) e se prolongou até o século XVIII. Logo, foi uma continuação natural do Renascimento.



  • Arquitetura e Arte:
        
         Exuberantes fachadas serviam de palco ideal para as pinturas e esculturas dramáticas que decoravam os interiores, as repetições intermináveis de colunas e janelas levavam ao visual de excesso e ornamentação.
        
         O castelo de Versalhes é um bom exemplo para representar tais características.





     
           Nas obras, os artistas valorizavam as cores, sombras e a luz, e representavam os contrastes. São rebuscadas e expressam as emoções da vida, do ser humano e exaltação dos sentimentos.     

     Os temas principais são: mitologia, passagens da Bíblia e a história da humanidade.
    
       As cenas retratadas costumam ser sobre a vida da nobreza, o cotidiano da burguesia, naturezas-mortas entre outros.


Interior do Castelo de Versalhes.


        Podemos citar como principais artistas do barroco:
  •        Velásquez (espanhol)
  •     Caravaggio (italiano)
  •         Van Dyck e Frans Hals (belgas)
  •        Rembrandt e Vermeer (holandeses) 
  •         Rubens (flamengo)

  • A MODA:

          Como o Barroco foi um período de muitas dúvidas e incertezas, duas palavras serviam de inspiração para a indumentária: Extravagância e exagero.

        As mulheres usavam vestidos amplos, decotes abertos e geralmente quadrados. Os tecidos eram de cores escuras, rendas, bordados e ornamentação elaborada. Na parte da frente vestido aberto, deixando exposta uma anágua sempre decorada.



  • Uso de chapéus somente pelas classes mais altas, cabelos altos, sustentados por armações e arames. 
  • Nesse período, o rufo também era usado e tornou-se ainda maior. 
  • A cintura era bem marcada por espartilhos muito justos e apertados.  
  • As ancas eram generosamente largas e sustentadas por aros de ferro. 
  • Mangas bufantes.





       O que diferenciava a burguesia da classe pobre nessa época era, não apenas os modelos, mas sim tudo que envolvia aquela peça. Desde o tecido, quantidade de bordados, formas, cores, corte e etc.

Trabalho sobre a indumentária barroca.

     Os homens usavam calças justas, sapatos de saltos pequenos, botas adornadas, o gibão ampliou-se e alargou-se. Era muito típico o uso das perucas, que eram também um sinal de distinção social. O Rei Luis XIV, foi o maior representante dessa moda, visto como aquele que não poupava esbanjar vaidade.


Rei Luis XIV. 

    A renda estava muito em evidência em punhos e golas, tanto para homens quanto para mulheres.



  • DESFILE DOLCE E GABBANA, INVERNO 2012- TOTALMENTE INSPIRADO NO PERÍODO BARROCO: 










segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Renascimento


O período renascentista teve seu início na Itália no final do século XIII, e se espalhou por toda Europa até meados do século XVI. Foi o período da busca pelo belo e pela perfeição, valores que nos remetem aos princípios dos gregos e romanos. Caracterizado pela mudança, inovação, busca pelo conhecimento, a preocupação com a estética, tanto na arquitetura, quanto na arte. Acabou por influenciar a moda, que acompanhou todo esse processo.

Na Era Tudor, período referente ao reinado de Henrique VIII, as mulheres usavam vestidos longos com mangas sobre um chemise e espartilho junto à cintura. Tecidos caros como brocado, seda e veludo eram muito usados.







• Saia em formato de cone.

• Decote quadrado acentuado.


• Mangas amplas e largas no pulso.


• Bordados e detalhes elaborados em golas e mangas.


• Capelo: véu transparente adornando os cabelos.








Na parte da frente das saias frequentemente via-se uma abertura, deixando a mostra uma saia inferior de outra cor enfeitada com detalhes de bordados e pedrarias. No século XVI, saia e corpete tornaram-se peças independentes, assim como as mangas, permitindo composições diferentes no vestuário.



  Na Era Elizabetana, período de reinado de Elizabeth I , a moda sofreu mudanças.
Elizabeth I queria mostrar seu poder através das roupas, e as mulheres começaram a imitá-la.
A moda era mais exagerada, e as roupas, mais pesadas. O uso da maquiagem é mais frequente, visto que na época de Henrique a maquiagem não era popular. O ideal de beleza era como o de Elizabeth I: pele branca, bochechas rosadas e lábios vermelhos.





As golas com babados cresceram e deram origem aos rufos, golas muito grandes, altas e engomadas. 

• Saias mais volumosas.

• Bordados detalhados em todo vestido

• Espartilho mais apertado.


• Penteados mais elaborados.








  • O filme “Elizabeth - A Era de Ouro”, ganhador do Oscar de melhor figurino, mostra fielmente essa moda.



  • O estilista Gareth Pugh, misturou Pop Art com elementos do Renascimento.





  • No rosto e na maquiagem da modelo, nítida inspiração Renascentista!


Harper's Bazaar- Novembro, 2010.